post referente aos episódios 01 a 03 de  Dexter – Season 6.

 

Depois de diversos teasers e spoilers que rodaram a net, não é nenhuma surpresa que a série do serial killer mais acompanhado – e venerado – dos últimos tempos voltasse buscando fôlego para sua sexta temporada no lado mais sangrento. Percebendo que a 5a temporada dividiu opiniões do público ao tentar, de certa maneira, envolver Dexter em um processo de “humanização” (que fica evidente tanto no seu caso com Lumen quanto no crime passional (S5E01) que ele comete, revoltado com a morte de Rita), a Showtime resolveu manter o personagem em um território seguro, preservando o protagonista – e suas reflexões – em um nível já conhecido e aprovado pelos seus fãs.

O resultado disso é que Dexter volta, nos três primeiros episódios da sexta (e última?)  temporada, a ser aquele “monstro” que tanto sentimos falta. Isso fica claro logo na dinâmica inicial dos primeiros três capítulos: como quem acompanha a série já está acostumado, somos apresentados a um ‘main case’, que vai se estender até o final da temporada, e um caso pequeno por episódio, em que Dexter despedaça  diversos serial killers ‘menores’; outros monstros que, de acordo com o “Código de Harry”, não merecem piedade.

O que chama a atenção nessa temporada é uma nova preocupação do protagonista: que religião ele deve ensinar ao seu filho? Obviamente, Dexter nunca seguiu nenhuma premissa religiosa, e nem acredita em nenhum tipo de ordem superior, mas será que é melhor criar seu filho sob a ‘ordem’ de um dogma, pecado e culpa? Essa reflexão é pontuada por personagens específicos – Dexter conhece um ex-assassino que conseguiu abafar o seu ‘lado negro’ através da religiosidade; de outro lado, o serial killer principal dessa temporada é um fanático religioso, que por algum motivo, ainda nebuloso, sente que está cumprindo uma “missão divina” ao retalhar suas vítimas (detalhe que, no final do terceiro capítulo, existe uma referência que pode ser representada como sendo a dos Quatro (são quatro? Eu não fiz catequese) Cavaleiros do Apocalipse).

A série mantém nessa sexta temporada o mesmo ritmo que os seguidores de Dexter já estão familiarizados. O que me chamou a atenção no segundo episódio foi uma cena com um divertido plano subjetivo, quando o protagonista se vê, subitamente, atraindo olhares na sua reunião de 20 anos de sua Highschool. O personagem agora se tornou popular entre seus antigos ‘colegas’ e,  obviamente, não gosta nada disso.

Como um abre-alas para uma promissora nova temporada, o terceiro episódio de Dexter termina de maneira intrigante,  quando o metódico serial killer observa seu pequeno mundo ser abalado depois de um acidente com suas lâminas de sangue. É um sinal? Dexter vai precisar de um ‘salto de fé’ para reorganizar sua vida?

Uma coisa é certa: em uma série como essa, quanto menos ‘moral da história’, melhor.

Nota – 4/5 (Muito bom)