Trecho retirado do livro "Notes on Directing", de Frank Hauser. Traduzido por Ceriblog.
– Você atua na maior parte do dia.
Uma nota geral e muito importante.
Como diretor, você está ali para explicar coisas para as pessoas e para lhes dizer o que fazer (mesmo que isso signifique dizer para elas fazerem o que quiserem). Seja claro. Seja breve. Tome cuidado com o primeiro grande vício do diretor – enrolar, falar sobre a mesma coisa por repetidas e repetidas vezes, fazer piadas desnecessárias, perder tempo.
Se proteja também contra o segundo grande vício do diretor, a mania idiota de completar frases com “Você sabe…”, “Algo assim…” “Tipo isso…”, “Err, umm…”. Essas frases são ruins até em conversas cotidianas; vindo de alguém que vai te dar instruções sobre o que fazer em uma média de três horas por dia, pode ser uma justificativa legítima para homicídio.
– Não é sobre você.
Sim, existe um componente de recompensa de ego envolvido intrinsecamente na direção; não é preciso reforçar de modo algum. Ao invés disso, sirva a peça servindo os outros, particularmente o roteiro, os atores, e a audiência. Pergunte para você mesmo: O que eu preciso doar para esta peça? O que eu tenho que acertar para ter o direito de tomar o tempo e o dinheiro deste público? O que eu estou oferecendo para a audiência que justifique o investimento deles?
– O melhor elogio para qualquer diretor: “Você parecia saber exatamente o que queria desde o início.”
Atores e equipe irão te seguir mesmo se discordarem da maneira como você dirige. Ele não irão te seguir se você tiver medo de liderar. Uma presença transparente, confiante e forte é algo importante para todos. Seja informal e educado. Seja aberto ao diálogo. Seja eficiente.
– Ensaios precisam de disciplina.
Não é sua função ser amigo de todos em todas as horas. Critique os atrasos (um ator precisa avisar de qualquer lugar humanamente possível quando ele for se atrasar), critique a conversa excessiva enquanto outros trabalham ou atitudes inapropriadas perto dos atores…
– Por favor, POR FAVOR, seja decisivo.
Como diretor você possui três armas: “Sim”, “Não”, e “Eu não sei”. Use-as. Não enrole. Você sempre pode mudar de ideia mais tarde. Ninguém se importa com isto. O que todos se incomodam é com aquela indecisão agonizante de dois minutos quando o ator perguntou simplesmente “E agora? Posso levantar?”.
Deixe um comentário